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Supervisão Clínica

A supervisão faz parte do tripé psicanalítico (supervisão, análise pessoal e estudo) e é um importante momento em que se pode contar com um outro olhar sobre o caso. É onde convergem a teoria e a prática; o supervisor é um facilitador dessa articulação.

Não se trata de um “ensino”, mas de uma “transmissão”. Ambos juntos se colocam a pensar sobre um paciente a partir da posição da falta-a-ser; partindo do pressuposto que não há uma verdade universal e que o supervisor não impõe ao supervisionando sua interpretação nem seu estilo.

O que se busca em supervisão é agregar outras formas de pensar e outros modelos de analisar para enriquecer a experiência do supervisionando. A supervisão é pautada pelo respeito ao estilo do supervisionando e a construção em conjunto do saber sobre um caso.

A distância do supervisor com relação ao paciente trabalhado, que ele sequer conhece, permite uma visão mais ampla e maior facilidade de decifrar seu inconsciente. É comum ouvir do supervisionando “como eu não percebi isso antes?” – fácil, porque o supervisionando está envolvido transferencialmente, mobilizado em seus próprios conflitos e seus pontos cegos.

Tudo isso respeitando o setting analítico e baseado na principal ferramenta do analista: a escuta.

A contratransferência também é objeto de estudo e é possível que ocorram alguns insights acerca de si mesmo na supervisão. Uma supervisão sempre tem efeitos analíticos: nela estão presentes os atos falhos, desejos, transferência, etc., mas os conflitos do supervisionando serão trabalhados apenas à medida que dizem respeito ao paciente objeto de estudo, ou seja, ela tem alguns elementos de uma análise, mas não se presta a isso. A supervisão não tem pretensão de substituir a análise pessoal.

Em suma, como um supervisor ajuda seu supervisionando? Com a escuta!
Abstinência e atenção flutuante: assim como a escuta clínica com um analisando.

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