É através da nossa mãe que definimos nossa concepção do que é ser mulher. A mãe é a primeira fonte que temos de afeto e cuidados. Todos temos necessidade de ser vistos pela mãe e buscamos sua aprovação, é assim que nos constituímos sujeitos.
Por mais distante que a relação com sua mãe seja e mesmo que você não seja mãe, sempre leva dentro de si o que chamamos de “mãe interna”, que é a imagem que você fez dela, uma parte do que ficou da relação de vocês e que tem origem nas primeiras experiências infantis. Se foi uma relação positiva, esses ensinamentos de como se relacionar com seu corpo, emoções e relacionamentos serão sempre um guia em sua vida.
Se essa mãe foi negligente, controladora, emocionalmente instável, ciumenta, etc., os reflexos serão sentidos e essa influência permanecerá ao longo da vida.
A relação com a mãe não se resume à infância, mas é uma relação em constante transformação. A mulher está sempre em busca de ver na mãe o significado da própria feminilidade.
Quando nos damos a oportunidade de refletir e compreender essa relação, podemos melhorar a relação que temos com nós mesmas e com os outros. É necessário identificar quais as partes dessa maternagem que foram falhas para que possamos progredir como mulheres e seres humanos, bem como construir relações mais saudáveis e, para quem é mãe, não repetir o ciclo de falhas com os próprios filhos.
O processo de identificar as falhas não se resume a essa identificação. Além de identificar, a paciente “revive” e elabora essas situações em análise e pode dar um novo sentido e destino aos conflitos originados lá atrás.