Na literatura e no senso comum o ciúme e a inveja são dois conceitos que se confundem, mas que na psicanálise têm uma compreensão e uma importância muito distintas.
A psicanálise kleiniana entende o ciúme como um sentimento pautado no amor, visando a posse do objeto amado e a remoção do rival – remetendo a uma relação triangular.
A inveja, por sua vez, é uma relação entre duas partes, na qual o sujeito inveja uma posse ou qualidade do outro; ela surge a partir do amor e admiração primitivos do bebê pelo seio que o gratifica e simboliza uma fonte de todas as coisas boas experimentadas.
Quando sente que é impossível tomar posse disso, visa danificar o objeto e remover a fonte de sentimentos invejosos. Ao sentir que danificou o objeto, surge o sentimento de culpa, que é outro conceito de imenso valor.
Ou seja, o ciúme visa a posse do objeto, a inveja visa a destruição.