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Superexposição nas redes sociais

As redes são grandes fontes de gratificação narcísica. Cada curtida é como uma validação, uma aprovação; o que é muito tentador, principalmente para os inseguros. No entanto, essa forma de gratificação pode ser uma armadilha porque, se um post não recebe muitas curtidas, compartilhamentos e comentários, o sujeito passa a achar que seu valor pessoal diminuiu. E aí começa a relação patológica com as redes, quando vinculamos nosso valor a curtidas.

Também podemos ver a grande adesão às redes sociais como sintoma da nossa cultura narcisista que requer o outro apenas como audiência. Relações mais superficiais, característica de uma modernidade líquida, como nomeou Zygmunt Bauman, fazem das relações uma troca de gratificações e deixam de fora toda complexidade e riqueza de uma relação profunda, precisamente o tipo de relação de que tanto precisamos para manter uma vida mentalmente saudável. É importante lembrar que nos relacionamentos virtuais ganha-se em quantidade, mas perde-se em qualidade.

Alguém com baixa autoestima pode encontrar nas redes sociais a aprovação desejada. Além disso, no mundo virtual tudo é perfeito, todos são felizes e as pessoas sentem-se de alguma forma protegidas por não precisarem expor suas imperfeições. Por outro lado, a felicidade torna-se um imperativo esmagador, impedindo que as outras emoções que fazem parte da vida possam encontrar uma via de expressão. Sem possibilidade de ser expressa, a emoção só pode encontrar saída no sintoma.

Além disso, os smartphones permitem às pessoas expressar seus desejos quase que instantaneamente, fazendo com que estes atos sejam ainda mais impulsivos. Frequentemente essa impulsividade ocorre num momento de tristeza em que recorrer àquela gratificação imediata dos likes promove um alívio temporário. Porém, devemos estar cientes que, uma vez compartilhada a informação, é muito difícil reverter. Lembre-se de que você será julgado por tudo aquilo que posta. A gratificação imediata “quebra um galho”, mas não resolve um problema que é muito maior do que o instante de felicidade que uma curtida pode oferecer.

Escrito por:
Fernanda Soibleman Kilinski

CRP: 07-19871 - Porto Alegre - RS

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